Valentina Soares (São Paulo, Brasil, 1982) é artista-estilista. Explora a indumentária extrapolando seu uso mais comum como vestimenta, projetando e construindo peças no campo plástico, como planos, peles, espaços e objetos, agindo sobre estas superfícies tensionando as dimensões e entendimentos convencionais sobre o hábito, sobre vestir, cobrir e descobrir, atravessar, comunicar, ritualizar etc. Neste sentido, vem entendendo a indumentária como paramento – ignição para uma experiência-ação – que tem sua potência conforme a maneira como é instalada e ativada – ou como repousa… A partir dessa abordagem, tem desenvolvido seu trabalho na construção de figurinos para teatro, dança, performance, instalações e alegorias carnavalescas. A ideia de uniforme, como peça funcional utilitária, bem como a ideia de veste cerimonial são atravessamentos estruturais em sua pesquisa. Assim projeta e constrói indumentária como dispositivo mediador de valores estéticos, promotor de encontros, de relações organizadoras e compositivas e também coreográficas, abrindo novos campos de sentidos e subjetividades a partir da interação que instaura entre pessoas, objetos, arquiteturas, paisagens… seja em esfera íntima ou pública, individual ou coletiva.
Entre 2014 e 2020, com amigues e colaboradorxs, idealizou blocos de carnaval, que saíram às ruas no contexto do carnaval de rua de São Paulo. Com o principal argumento e estímulo sendo uma vontade manifesta de viver a rua, construíram alegorias, paramentos e dramaturgia do cortejo. Em 2019, a convite do 45 Salão Nacional de Artes, levaram este carnaval para as ruas de Bogotá, Colômbia, com o bloco Spectra Aliento – maniFESTAção.
Desde 2016, participa com outres artistes do G>E_Grupo Maior que Eu, que se dedica a estudos e pesquisas em artes e processos criativos. Em 2019, participou do G>E de Peito Aberto, minifestival, com abertura para o público, que reuniu trabalhos das/os participantes do grupo e convidades.
Em 2018, participou do programa de residência artística Goethe na Vila, no espaço da Vila Itororó, com o projeto Canteirinho. Em 2014 criou a Mescla, marca de roupas e uniformes, hoje guarda-chuva criativo que abriga seu campo expandido de criação em indumentária.
É formada em arquitetura pela Escola da Cidade (2006 – São Paulo, Brasil) e tem especialização em moda pelo Studio Berçot (2012 – Paris, França).